sexta-feira, 5 de junho de 2009

BETTIE PAGE


COMO ELA INFLUIU NA ESTÉTICA DA MULHER DA ATUALIDADE
E NO SEU COMPORTAMENTO?

Um professor de História da Arte nos dizia, "ser gênio é um mito". Entende-se que certas pessoas intuem e absorvem, de um contexto super complexo, elementos de preciosas e necessárias mudanças. (Para ser mais palpável, que tal pensar em Michelangelo, ou Da Vinci?). Seja em que nível for, ela transforma-os de uma maneira inusitada, instalando-os para a construção de uma new age.
Bettie Page, não foi um gênio, mas uma star feminina, uma dessas pessoas que intuem, absorvem e transformam.

Nasceu, por volta de 1923 no Tenessee, numa família pobre e numerosa. O pai, alcoólico e na adolescência foi seu malfeitor. A mãe, Edna Pirtle ralava para sustentar a prole. A família viveu de forma dolorosa a depressão de 1929. Grosso modo a menina aprendeu cedo a ter uma percepção diferenciada e respostas rápidas e certeiras para a vida. Viveu em orfanato. E mesmo com adversidades e traumas foi considerada uma excelente aluna, chegando a se formar em Artes, em 1943 - algo difícil naquela conjuntura.

Já adolescente, aprendeu o ofício da costura e mantinha-se ligada às notícias das estrelas de cinema (o cinema era um bebê e causava o maior furor. Só para contextualizar, o primeiro filme de Chaplin foi em 1921). Acompanhava os acontecimentos do mundo fashion, tais como make up, penteados, figurinos.Ela e a irmã testavam-se as novidades. Este olhar jovem, curioso e esfomeado lhe propiciou uma construção paulatina de sua plástica. Como também, desenvolveu e produziu seus figurinos e mais tarde criou maiôs, bikinis e a clássica tanga oncinha, chegando ao ponto de intervir na estética feminina – que é o nosso foco.

Pulando para a década de 40, para nos manter em fatos relevantes, sua residência no Taiti, na época em que a ilha ainda era moda – o local paradisíaco e exótico não só para americanos, mas para a Europa. A badalação fora reafimada quando Gauguin que ali vivera no século anterior, mostrou ao mundo sua paixão por aquela cultura e mais pontualmente pelas polinésias de pele amorenada, em forma de pintura em telas.


Já na sua carreira de modelo fotográfica, com a famosa estampa de oncinha


Bettie soube absorver aquele contexto e inspirada nas nativas, tomava banhos de sol nua. Num paralelo temporal temos a personalidade brasileira fascinante e controversa de Luz Del Fuego, só não podemos afirmar que a primeira tenha sido imbuida do mesmo espírito, pois Luz era realmente naturista e adepta à helioterapia. Porém ambas influiram do mesmo modo, quebrando tabus, mudando comportamentos. (Teria sido ali que nasceu o bronzeado e as futuras garotas de Ipanema?)

Fazia também exercícios físicos e se tal foi citado em sua biografia, devia ser algo relevante. (Seria a academia da era moderna? - Sintam que se delineava uma nova feição comportamental feminina).

Entre casamentos e divórcios, desde seu retorno à New York, num mundo do pós-guerra, afirma sua carreira como modelo fotográfico. Torna-se a mais importante pin-up ou, no mínimo, a mais bombástica de todos os tempos. Eterniza a famosa franja lisa e convexa. Faz outdoors como uma hot girl ou a "ratinha gostosa das areias", como era citada.


A "ratinha gostosa das areias", como era conhecida.


Recebe o título de "Miss Pin Up Girl do Mundo". Isto sem salientar outros itens de sua carreira que foram consequência desses passos citados. Alguém pode estar pensando mas e a pin-up Marilyn não foi a mais importante? A diferença entre as duas é que Bettie foi a pin up subversiva. Marylin Monroe foi a pin up girl mainstreen.
Irwing Klaw foi o idealizador da maioria de suas fotos com temas ligados a uma sexualidade "proibida, transgressora”, ao figurar com roupas de couro preto, nylon e salto alto, como se fosse uma dominatrix, entre outras fantasias.



A atriz Gretchen Mol, como Bettie Page no filme "The Notorious Bettie Page".




Aqui, sim Bettie.


Mas quando Bettie começou a aparecer em fotos em poses de submissão, sadomasoquistas, o Senado americano iniciou uma batalha moral contra Klaw e ela foi duramente atingida.Em 1955 ela sai de cena,porém antes é capa da Playboy , onde é anunciada como "a garota de formas perfeitas”.

Em resumo, ela encarnou a imagem da mulher independente, que transgrediu para as câmaras(?), fantasiada ou não, rotulada ou não, é só pensar no que mulheres como ela, Marylin, Luz Del Fuego no Brasil, ajudaram a desmistificar comportamentos e inovar atitudes, num mundo ainda conservador e masculino e o que auxiliou com certeza na construção de um novo cenário. E então não é só uma questão de aparências como muitos afirmam. Bettie veio a falecer em dezembro do ano passado, retirada em seu claustro, por ela escolhido.

E para quem quiser conhecer mais sobre a menina dos calendários, inédita no Brasil, mas lançada em 2005, a cinebiografia Bettie Page (The Notorious Bettie Page), está chegando direto para as locadoras. O filme é dirigido por Mary Harron – mesma de "Psicopata Americano" e com grande desempenho de Gretchen Mol. E só conferir e tirem suas dúvidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

oi amiguinhas (os),
ficamos gratos com sua visita, suas palavras, seu riso(rs), opiniões, até com um snifsnif (se você precisar), estamos aqui para dividir essa a distânciapróxima que é a internet e nos conhecer um pouquinho mais. sinta-se em casa, uma de nós. as santinhas @)@